O BIM tem proporcionado uma verdadeira transformação dentro da indústria da construção civil, especialmente porque prevê não só a modelagem em 3D, mas também outras dimensões que giram em torno do ciclo de vida da edificação, como o planejamento de obras.

O que é o planejamento de obras em BIM?

Antes de mais nada, vamos relembrar o que é BIM? Building Information Modeling ou Modelagem da Informação da Construção é uma metodologia de trabalho colaborativa que apresenta um processo inteligente baseado em um modelo 3D, que fornece aos profissionais da cadeia construtiva informações precisas e ferramentas diversas para planejar, projetar, construir e gerenciar as obras com muito mais eficiência.
Tecnicamente falando, existem apenas o 2D e o 3D, porém, o mercado nomeia as funcionalidades do BIM como dimensões seguindo um padrão que torna mais fácil identificar e representar cada situação com esses números. Apesar disso, também não existe um padrão único no qual cada número signifique o mesmo.
Ainda assim, o BIM é composto por essas diferentes dimensões que permitem troca constante de informações digitais para aprimorar os dados associados ao modelo tridimensional.
O planejamento de uma obra no BIM estará atrelado à dimensão 4D, que está relacionada ao planejamento e controle de obras somando o fator tempo, vai possibilitar associar o modelo criado com o cronograma, vinculação de tarefas e a visualização do andamento do projeto. 
O uso da metodologia é extremamente benéfico para os resultados de um projeto já que moderniza métodos tradicionais de planejamento em obras de construção civil  que utilizam planilhas, histogramas ou linha de balanço na reunião das informações sobre o projeto.
Essas ferramentas tradicionais podem gerar dados que não são atualizados automaticamente e resultar em erros que vão impactar diretamente em atraso das obras e até mesmo estouro de orçamento.
Quando a dimensão 4D do BIM é incorporada ao projeto, há o planejamento inteligente de uma obra, que permite  elaborar um plano de ação, fazer um tour virtual no canteiro de obras, monitorar o avanço da obra real, além de analisar o desempenho de múltiplos serviços. 
Muito mais avançado do que um planejamento de obras em excel apenas, a dimensão 4D do BIM vai possibilitar a inclusão de dados que vão impactar positivamente nos resultados, com muito mais exatidão sobre quanto tempo terá transcorrido até a conclusão do projeto e como será a sua evolução.

BIM no Brasil

Essa metodologia pode modificar totalmente a lenta evolução da gestão de obras públicas no Brasil, especificamente a partir da assinatura de um decreto governamental em 2018.
No decreto no. 9.377, de 17 de maio de 2018 — que sofreu atualização em 2019 –, o Governo Federal determinou, por meio da Estratégia BIM BR, prazos para alguns projetos piloto trabalharem, obrigatoriamente, com essa metodologia. 
Porém, em 2 de abril deste ano, um novo decreto foi assinado. O decreto no. 10.306 estabelece a utilização do BIM na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal.
Na primeira fase, a partir de 1º de janeiro de 2021, o BIM deverá ser utilizado no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia, referentes a construções novas, ampliações ou reabilitações.
Na segunda fase, em 2024, o BIM deverá ser utilizado na execução direta ou indireta de projetos de arquitetura e engenharia e na gestão de obras, referentes a construções novas, reformas, ampliações ou reabilitações.
Em 2028, será necessário fechar o ciclo completo de utilização da metodologia no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia e na gestão de obras referentes a construções novas, reformas, ampliações e reabilitações.
O uso da metodologia BIM/tecnologia BIM poderá agilizar processos da indústria da construção, tanto para as obra públicas quanto para as obras privadas, tanto no aspecto de tempo, quanto no de transparência.

Mas o que é o que é gestão de obras?

A gestão de obras tem relação direta com as soluções construtivas, os prazos das obras, produtividade das equipes, com planejamento de mão de obra e até a logística dos canteiros. Nesses termos, é muito claro entender que as ferramentas tradicionais têm muito menos a oferecer do que o planejamento de obra em BIM.
Com o BIM, há um crescimento de detalhes e precisão à medida que o projeto avança, as informações não são perdidas e a comunicação é integrada, porque estão reunidas em um único lugar para conhecimento e uso de todos os envolvidos, é um verdadeiro documento comprobatório de planejamento da obra.
É um processo extremamente eficaz  para minimizar os problemas de um estágio do ciclo de vida do projeto que sempre esbarra em aspectos críticos, que vão além da perda dos dados, como a falta de comunicação entre gerência de obra e fornecedores, a necessidade de utilização exata de materiais nos canteiros e o andamento geral da execução do trabalho. 
O fluxo será muito mais fluido com esse planejamento de projetos e execução de obras com o BIM, permitindo uma melhor coordenação da atuação dos arquitetos, engenheiros, empreiteiros e equipes nos locais da edificação, o que já vai possibilitar a resolução de conflitos de forma otimizada e visualizar de forma rápida o impacto de novas alterações.
Além disso,  um outro motivo importante para utilizar esse programa para planejamento de obra é ter mais exatidão de quantitativos, porque planejamento e orçamento de obra  também estão atrelados. Não é produtivo calcular uma quantidade muito maior do que a necessidade de uma obra e gerar desperdícios. Bem como calcular de forma reduzida os quantitativos pode gerar falta de material nos canteiros e promover atraso em entregas.
É certo também que com os dados vinculados à representação gráfica dos componentes será muito mais fácil realizar consultas e entender todas as informações pertinentes ao projeto arquitetônico.

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